Parece que o Senhor não permitirá que eu saia da sombra em que estou enquanto não fizer aquilo que te pedi antes de reencarnar. Dá-me esporadicamente um vislumbre do que posso ter se o caminho que quero eu seguir. Da escuridão fria da noite de inverno, o Senhor me permite abrir os olhos e olhar diretamente para o Sol mais quente de verão, sentindo a luz ofuscante e o calor intenso.
Percebo que essa luz magnífica só é percebida quando me aproximo do Senhor. E isso ocorre sempre que penso no caminho que juntos traçamos. Aliás, no caminho que eu tracei e o Senhor me permitiu seguir.
Deu-me todas as ferramentas necessárias. Comprimiu-me até eu sentir a dor da necessidade de libertação. Sussurrou em meu ouvido e por vezes gritou. Deixou-me mergulhar na escuridão que eu quis. Despenquei. E por vezes, junto comigo o Senhor chorou.
Pedir o perdão ao Senhor não é necessário, pois o Senhor já me perdoou. O que preciso é agradecer pela oportunidade e por me deixar abraçar o fogo do amor, fundindo-me com aquilo que de fato eu sou.
Renasço. Escolho o dia de hoje. Escolho o dezenove. Escolho o caminho da luz.
Sou escritor e as almas aquecerei, assim como o Senhor comigo fez desde sempre, faz hoje e para sempre fará.