O medo sempre foi uma grande presença em minha vida. Quando eu tinha 5 ou 6 anos, um dos meus medos era de morrer, de que meu coração parasse do nada e eu morresse. De vez em quando eu colocava a mão no peito para ver se meu coração ainda estava batendo. Sério. Tinha outros medos também, como de espíritos, demônios e coisas assim.
Com o passar dos anos, os medos foram se tornando em coisas mais físicas, como medo de não passar de ano na escola, medo de falar com alguma menina que eu achasse bonita e outras coisas assim, normais de um adolescente.
Hoje, olhando para o que vivi, percebo que o medo sempre foi minha verdadeira prisão. Isso fica muito claro hoje quando ele é o verdadeiro elemento que impede minha liberdade. É ele que aprisiona meu espírito e minha mente. É o grande muro entre o que eu e o que quero fazer.
E qual é esse medo?
É o medo da exposição e de não ser perfeito. São dois medos que eu trato como um só e estão interligados.
Medo da Exposição
Eu sou bastante crítico e naturalmente tenho uma visão diferente de ver o mundo. Admitir isso é extremamente difícil pra mim e expor o que penso sobre as coisas é igualmente difícil. Normalmente o que eu escrevo em redes sociais ou até nos blogs que tive, são versões “polidas” do que eu realmente penso e uma série de temas eu não abordo. A autocensura é enorme, pois normalmente o que penso não segue o senso comum, logo sou um bom alvo de críticas. Evidentemente que há opiniões bem aceitáveis pelo senso comum, mas aí elas estão fora da cela do medo.
Medo da Imperfeição
Eu sempre tive a visão de que para você publicar uma opinião sobre um assunto, você precisa ter domínio total daquele assunto e de assuntos relacionados, emitindo uma opinião praticamente perfeita do ponto de vista lógico e estético da exposição do seu pensamento. Entretanto a vida já me ensinou que isso é uma bobagem. O tipo de material que eu gosto de produzir é o que eu gosto de consumir: textos e opiniões de pessoas comuns com as quais eu me identifico. E as pessoas gostam disso! Ou por acaso todos “YouTubers” que você acompanha são grandes mestres nos temas que eles abordam em seus vídeos?
Só que o tempo passa. A vida passa e continua passando independente de eu estar preso a esses medos ou não. É difícil saber se eu conseguirei virar a chave e superar esses medos agora que os conheço. Talvez, se eu não esquecer a sensação de liberdade que sinto ao voar sem eles, eu consiga.