Eu. Eu sou. Eu sou o começo em mim mesmo. Sou a força que é justificada em si. Sou a luz que ilumina. Sou o paradoxo e a verdade. E também a escuridão.
Sou a dúvida e a lucidez. A criação e o criador. Estou sozinho na companhia de tudo. Não consigo dormir, pois sou a insônia que sussurra quando apago a luz. Não consigo morrer, pois sou a morte que renasce quando durmo.
Sou o fim. Sou a escuridão. O último fóton viajando pelo Universo.
Sou também a vida. Sou a luz. O primeiro suspiro. O primeiro momento de lucidez.
O átomo e o Universo. O fim que me gerou. O apocalipse eterno e a transformação estagnada.
A destruição de tudo que é sagrado e a santificação do profano. Ou a profanação do sacrossanto?
Sou o tudo ou o nada? Se o nada é algo, o que o nada pensa que é? O nada tem consciência de que é nada? Se sou tudo e sou a dúvida, o nada é a certeza? Ou, talvez, simplesmente não haja certeza.