Com o governo Bolsonaro praticamente no fim, é possível fazer um justo balanço de tudo que foi feito. Ou do que não foi feito.
Sem falsa modéstia, esse tipo de análise tornaria o país muito melhor se fosse feito de forma honesta e clara por todos os eleitores.
Por que eu votei e fiz campanha para ele?
- Ele era o único candidato que falava dos problemas que, do meu ponto de vista, realmente eram os mais graves do Brasil: segurança e corrupção;
- Na época, não estava envolvido em nenhum escândalo de corrupção, por mais que a imprensa procurasse. Houve somente uma “denúncia” sobre “fake news” e o caso da Val do açaí que, na época, não ficou esclarecido;
- Por causa das pessoas que estavam contra ele, o que me indicavam que poderia ser um bom nome. Extremistas de esquerda, artistas maconheiros e imprensa em geral;
- Várias propostas que eu apoiava:
- Privatizações
- Fim da TV estatal EBC
- Parcerias econômicas sem viés ideológico
- Indicação de bons nomes ao STF
- Continuidade do combate a corrupção
- Ministros puramente técnicos
- Fim do toma-lá-dá-cá com o centrão
- Apoio do governo e sua base para a prisão em segunda instância
- CPI da Lava-Toga (era muito comentada nos grupos bolsonaristas)
- Diminuição do tamanho do Estado e adoção de políticas econômicas liberais
- Diminuição do poder em Brasília e aumento do poder aos municípios
- Flexibilização do direito a compra de armas
- Reforma tributária
- Uma reforma da previdência decente
- Entre outras, essas são as que eu lembro de cabeça
Eu já tinha a percepção de que ele era um completo idiota. Parecia um cara simples, o “tiozão do churrasco”, e de que tinha noção que era um idiota, pois ele sempre dizia “não saber de tudo” e que “economia era com o Paulo Guedes, tinha que perguntar para ele”. Isso me dava a impressão de que ele sabia que era idiota e que, portanto, iria delegar as atividades aos ministros técnicos, mas não foi o que aconteceu na prática, vide a pandemia, onde o ministro técnico, o Mandetta, queria seguir um caminho e ele, Bolsonaro, outro.
E as outras opções?
- Amoedo: Era o nome que “me balançava”. Claramente um cara mais preparado e inteligente, com propostas semelhantes às do Bolsonaro. Parecia ter noção de que o Brasil precisava urgentemente de reformas profundas. Porém, até hoje, me assusta aquele papo de liberalismo e desregulamentação extremas. Parece tão fantasioso e fora da realidade como a conversa mole dos comunistas. “O deus mercado” é bastante filho da puta. Por exemplo, não raramente empresas gigantes compram menores simplesmente para fechá-las ou outras empresas enormes praticam dumping (vender abaixo do preço de custo) só para quebrar as concorrentes menores. Odeio essas soluções milagrosas e mágicas para o mundo.
- Henrique Meirelles: Centrão, MDB, só falava em economia.
- Alckmin: Uma piada. Revelou seu mau caráter ao se juntar ao PT recentemente.
- Cabo Daciolo: Caricatura.
- Álvaro Dias: Esse parecia decente, talvez tivesse sido um bom nome.
- Marina Silva: Acho ela uma piada de mal gosto. Faz tempo, mas tenho a lembrança de que na época ela teve uns chiliques nos debates com argumentos falaciosos horríveis. Mas a pior “qualidade” dela, é seu passado petista e até hoje idolatrar Lula. Só isso já a descredenciava de qualquer possibilidade de ser considerada.
- Guilherme Boulos: Esse cara mereceria um post inteiro só para comentar sobre ele, mas vou resumir em pouquíssimas palavras: um cara que acha que “há democracia na Venezuela” simplesmente não pode ser levado a sério.
- Ciro Gomes: Outro esquerdista desequilibrado. Na época, me soava com um “Bolsonaro da esquerda, mas que sabe falar”. Velho político, não há nada de novo nele.
- Fernando Haddad: Simplesmente o candidato do partido que protagonizou o maior escândalo de corrupção já registrado na história. Do mundo. Ia no presídio buscar instruções de um político criminoso, julgado e condenado em três instâncias. Todos tesoureiros do PT, até então, haviam sido presos. Todos. Mais de 6 bilhões de Reais devolvidos, só à Petrobrás, além de todos os desdobramentos da operação Lava-Jato em outros países, pois as empreiteiras não praticaram seus crimes somente aqui. Haddad também fez uma administração horrível em São Paulo, segundo os paulistas e as urnas. Conseguiu a façanha de ser destruído pelo Dória, no primeiro turno. Votar no Haddad era dizer “ah, tudo bem, nós não nos importamos com corrupção e apoio financeiro e político a ditaduras estrangeiras”. Simplesmente isso. No segundo turno, a campanha nojenta que artistas da Globo e imprensa em geral fizeram a favor dele, escancarava mais ainda que era uma péssima opção.
Por isso tudo, para mim e quase 58 milhões de Brasileiros, Bolsonaro era a opção natural e viável.
Bolsonaro eleito. E agora?
Gostei muito da escolha dos Ministros. Todos Ministros técnicos, o que parecia indicar que o país, finalmente, iria para o caminho certo. A tão importante reforma da previdência foi aprovada, apesar de ser uma reforma meio fajuta e que manteve castas de privilegiados (militares, por exemplo).
Minha primeira crítica foi quando Bolsonaro veio com a patacoada de querer indicar seu filho Bananinha (Eduardo Bolsonaro) para o importantíssimo cargo de Embaixador do Brasil nos EUA. Vi vários bolsonaristas começando com as passadas de pano, com os “veja bem”. “Veja bem” o caralho. Era uma ideia estapafúrdia. Sinceramente, hoje eu não lembro exatamente de tudo que gostei naquela época, só lembro que estava aprovando o governo, no geral, apesar dessas críticas pontuais.
Até que chegou o fim do ano. Veio o escândalo das rachadinhas. Fiquei esperando o Flávio Bolsonaro se posicionar e se explicar. E esperei, esperei, esperei… e tudo o que veio foi o velho chavão: “mas e o PT?”. Ironicamente, os petistas que começaram com isso, anos antes, só que o chavão era “Mas e o Aécio?”.
Um claro caso de corrupção.
Não, eu não votei no Bolsonaro para aceitar casos de corrupção. Eu tenho princípios. Se quem aperta 13 e confirma não tem, se as outras pessoas que votaram no Mito não têm, isso é problema delas. Eu tenho princípios e não aceito corrupção. O COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), foi transferido do Ministério da Justiça para o Ministério da Fazenda, em uma clara tentativa de proteger o filhote Flávio Bolsonaro. E tudo ficou mais claro ainda quando, poucos meses depois, Sérgio Moro saiu do governo alegando que o presidente estava querendo interferir na Polícia Federal.
Não. Eu não tolero isso também. É uma traição, mas não do Sérgio Moro: do Bolsonaro. Eu não votei nesse pilantra para ele ficar fazendo manobras para proteger o filho corrupto.
E mais e mais erros foram sendo cometidos.
O Pior Presidente da história?
Os esquerdistas, a oposição imbecilizada e os “antifascistas” do Facebook, odeiam o Bolsonaro porque ele é escroto e por seu criminoso comportamento na pandemia de COVID-19, porém não citam as barbaridades práticas que ele fez, simplesmente por desconhecê-las ou por elas serem coisas que eles apoiariam se fossem feitas por algum esquerdista.
Minha repulsa ao Bolsonaro e o sentimento de traição veio antes da pandemia. Fez tudo o que disse que não faria em campanha e não fez o que disse que faria. Alinhou-se com o centrão, não privatizou nada, não acabou com a EBC (pelo contrário, ampliou ela), indicou um petista para a Procuradoria-Geral da República, acatou como indicação para o STF indicados do centrão, loteou cargos, sancionou um fundão eleitoral bilionário, ajudou a acabar com a Lava-Jato, entre outras. Procure na Internet por “Lista de traições do Bolsonaro” que você encontrará uma lista completa. Se desconfia dos itens lá, procure sobre o que aconteceu. Se informe.
Estou cansado de escrever sobre esse cara que traiu meu voto, pois conforme vou escrevendo eu vou lembrando de mais e mais situações constrangedoras protagonizadas por ele, de fake news que circularam entre seus “fãs”, das milhares de pessoas que morreram por não quererem se vacinar por conta do comportamento sociopata dele e seus “influenciadores”, de ter jogado no lixo a campanha pela prisão em segunda instância só para proteger seu filhote criminoso, da CPI da Lava Toga que nunca ocorreu porque faltou uma assinatura (adivinhe filho de quem é o senador que não assinou esse pedido de CPI…), da recessão, de ter quase ferrado todo o nosso agronegócio quando outro filhote dele foi na Internet falar merda da China, e muito e muito mais.
Ele me fez de otário. E, hoje, fez ressurgir a quadrilha do PT.
Só o fato de ter estendido o tapete vermelho para a volta do partido do Mensalão, Petrolão e dos amigos das ditaduras de esquerda, já o torna o pior presidente da história do Brasil. Ok, é muita pretensão minha dizer que é o pior da história, mas pós a redemocratização, sem dúvida, é.
Conclusão e respondendo à pergunta título
Fui feito de otário. Isso é fato e é libertador não brigar com a realidade e admitir isso. Ao menos não fui o único, se é que isso é consolador.
Sobre a pergunta do título, se eu me arrependo de ter votado nele, hoje fica claro que ele realmente é um sociopata e criminoso.
Se eu, o Daniel de hoje, viajasse no tempo e votasse em 2018, eu teria votado no Amoedo e, no segundo turno, anulado o voto, mas na época, com as informações disponíveis, não me culpo pelo que eu fiz.
Acho que se as pessoas lidassem com os políticos da forma como eu lido, lixos como Bolsonaro e Lula desapareceriam da política. Mas elas preferem tratar política como time de futebol: você “escolhe” um e fica nele para sempre, independente do que aconteça.
E, hoje, além dos amantes de corruptos (os petistas), temos que lidar com os amantes de sociopatas traidores corruptos (os bolsonaristas) e, como sempre, quem mais se dá mal nessa história é o povo, e em especial os mais pobres.